sábado, 23 de outubro de 2010

Liberdade vs Ciúme

Esta coisa das relações livres tem muito que se lhe diga... É um mundo inteiramente novo para mim, e por um lado é completamente libertador, livre das regras mesquinhas das expectativas sociais e dos processos que matam relações, como a acomodação e a rotina.
Lidar com o ciúme é outra. Até acho que estou a fazer isso de forma admirável, e com uma quantidade de informação que talvez levasse outros à depressão total...
O problema aqui é que não me sinto desejado por igual, sinto que sou um amigo colorido de ocasião, que será muito brevemente despromovido quando a outra relação passar a termos mais mainstream..

Eu não quero ser magoado de novo. Eu aceitaria de bom grado uma relação desapegada, aberta, em que pudesse abraçá-la, mimá-la, talvez não em público, talvez com algumas regras. Talvez até mais tarde fosse possível que este trinómio se encontrasse sem stress, sem ciumeiras, só com amor puro e o interesse comum na felicidade de quem amamos. Mas não acho que seja isso que ela quer. Acho que caí do meu céu em definitivo, e não sei se consigo suportar ser menos gostado e relegado para 2º lugar. Igual eu suportaria. Eu já estou a fazer tanta força para fazer as coisas bem, e tenho tanto medo de deixar cair uma fachada que às vezes acho que é de areia, outras de tijolo, ou até que já começa a fazer parte de mim.
É um pensamento errado. Eu queria tanto estar longe daqui... E tenho tanto, e ao mesmo tempo tão pouco para o meu esforço.

PS: E não é que os tipos do poliamor têm uma configuração para esta mesma situação? Poliamor primário e secundário? Gosh. Este é um mundo realmente muuuito complicado. Se calhar eu é que estou mal!
PPS: No entanto ela ainda n lhe contou. Meaningful or not? Do not miss the next episode...

P.

domingo, 17 de outubro de 2010

Desordens de Personalidade

DisorderRating
Paranoid Personality Disorder:Low
Schizoid Personality Disorder:Moderate
Schizotypal Personality Disorder:Moderate
Antisocial Personality Disorder:Low
Borderline Personality Disorder:Low
Histrionic Personality Disorder:Moderate
Narcissistic Personality Disorder:Moderate
Avoidant Personality Disorder:High
Dependent Personality Disorder:High
Obsessive-Compulsive Disorder:Low

-- Take the Personality Disorder Test --
-- Personality Disorder Info --



Até assusta.

A Solução Final

Sempre acreditei que os suicidas eram uns covardolas, e que a menos que fosse no caso de um doente terminal, ou alguém com a vida irremediavelmente arruinada que era um acto incompreensível.
Até agora.
A verdade é que em duas semanas investiguei muito o tema, e até cheguei a seleccionar três métodos. Enforcamento por long drop, queda de edifício alto, e inalação de HCN. Não sabia que as sementes de maçã e pêra continham cianeto. Sempre a aprender...
Porquê isto? Porque de manhã não tenho motivação para tirar os pés da cama e me arrastar pelo dia até cair nela outra vez. Porque às vezes a sensação de perda é como caminhar sobre cacos de vidro partidos de pés descalços, porque a minha memória me prega partidas e me deixa em lágrimas com o que tive e tão cedo não voltarei a ter. A perda do único pedaço perfeito que eu e o Lado Solar partilhávamos e nos unia foi algo brutal, a responsabilidade* assumida pelos acontecimentos que aí levaram foi o choque final que estilhaçou o nosso coração de vidro. Belo mas frágil, partido em mil bocados, irreparável. Restou-nos chorar.

Não irei fazê-lo. Pelas pessoas que ficariam a chorar-me, pela dor que provocaria. Além de que já não rastejo pela terra, mas gatinho-a, e talvez um dia me venha a por de pé e a ficar muito grato por ter decidido olhar em frente e enfrentar a dor e vencê-la com o meu único aliado - o tempo.
Nisto quero o mesmo que o Lado Solar, que um dia alguém me convença a reconstruir o nosso coração de vidro, ainda mais belo que o anterior, e que os depositemos em mãos macias e seguras, que o guardem para nós.

PS: A minha mudança de ideias quanto ao suicídio ficou, contudo. Sou pró-escolha. É errado por-se um suicida na cadeira de um psiquiatra. Um suicida precisa de um amigo que lhe mostre que a sua noite é seguida do nascer do sol, que jogue com ele às cartas, à luz das velas na noite escura. Sem a bata branca.

*Responsabilidade, como em algo em que fizemos o nosso melhor para estar à altura, para mostrarmos segurança quando nadávamos num lago de incerteza, para abraçar quando precisávamos de ser abraçados, para adivinhar os sentimentos de quem mais gostávamos antes dela própria os sentir.
Algo em que mesmo assim falhámos. Fizemos o nosso melhor, mas falhámos onde não podíamos falhar, magoámos mais do que pode ser recuperado.
Não sei se era impossível fazer melhor nas circunstâncias, ou se simplesmente nos esquecemos. Não tivemos a vida fácil, e fomos confrontados com uma situação que arrepia muita "gente grande" e os faz falhar até mais que nós. Mas é pouco consolo, para um castigo exemplar.

P.

O Lado Lunar

O Lado Lunar.
A outra metade d'O Lado Solar, (auto-)destrutivo, ciumento, e algo doentio na forma de sentir e lidar com várias situações, esta será a casa dos meus desvarios, da repressão que o Lado Solar me impõe e como frustro os seus intentos de me fechar numa gaveta e deitar fora a chave.
Deitamos a nossa energia e a narrativa medíocre dos nossos desvarios sem interesse nestes dois espaços, na esperança de nos amalgamarmos em algo que seja belo aos olhos do sol, e que a lua beije quando a noite escura se instale.

Leitor, fica avisado que este blog não foi feito para ser lido mas escrito. No entanto, se decidires ficar por alguma razão misteriosa, és bem-vindo. Não sei porquê não tenho tido grande companhia de conversa (eu tenho um feitio tão agradável! :))

P.